sexta-feira, 3 de setembro de 2010

III. A criança pré-operacional

Terceiro capítulo do livro de Piaget.

É nesse período que a criança reconstrói acontecimentos e situações antigas. Cada vez mais criativo e curioso, começa a imitar modelos não presentes. O egocentrismo é muito identificado nessa fase, a criança considera que todo mundo e todas as pessoas giram em torno de si própria.
A criança é egocêntrica também nas representações mentais, desenvolvendo a percepção centrada, sem considerar o ponto de vista do outro. Pouco esforço faz em adaptar a sua linguagem às necessidades do ouvinte. Não consegue pensar sobre o seu próprio pensamento.
O diálogo começa a ser mais socializado. Ainda não se permite críticas e a criança não leva em conta a reciprocidade, e as relações inclusivas. Um exemplo disso é sempre querer algum objeto ou brinquedo que está com outra pessoa.
Há presença concomitantemente de individualidade/generalidade. A tendência é sempre compreender um pelo outro e buscar explicações simultâneas de ambos.As regras são colocadas e estabelecidas de acordo com o seu nível de interesse, os jogos são grandes exemplos disso.
No período transicional (quatro e cinco anos) o conflito consigo mesmo é constante e são muitas as contradições partindo da criança.
O pensamento é estático e imóvel:
·        Equilíbrio: Não possui um sistema em equilíbrio com o qual possa ordenar, formar com coerência o mundo que o cerca. Sua vida cognitiva com sua vida afetiva tende a ser instável, descontínua e momentânea.
·        Ação: a criança já representa a realidade com imagens, mas essas representações estão mais próximas das ações explícitas. Não há tentativa do esquematizar, ordenar e refazer. Piaget denomina esta fase de realismo quando as coisas para a criança são aquilo que parecem ser, na percepção imediata, egocêntrica.
·        Irreversibilidade: as transformações não podem ser reversíveis, isto é não podem a partir dela, voltar ao que era.
·        Animismo: Não distingue claramente a atividade lúdica e a realidade como áreas cognitivas diferentes, com regras próprias. No animismo tudo possui alma e vida.
·        Transdusão: faz implicações entre dois fatos sem ter uma relação lógica: água quente implica em barbear-se. A criança raciocina de preconceito para preconceito
·        Finalismo: a criança tenta explicar tudo o que vê.

É nesta fase que surge na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação, esta substituição é possível, conforme Piaget, graças à função simbólica. Neste estagio a criança já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significador (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.


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